domingo, 16 de novembro de 2014

Certos Dias

“Tem certos dias que parece que não vou suportar. O cansaço me invade, vontade enorme de     parar. Parar, simplesmente parar.”
         Naquele dia tudo estava como sempre. Acordei, demorei a levantar como de costume. Fiquei colocando o celular no modo soneca e de dez em dez minutos ele me alertava do horário. Mas a vontade de levantar não existia. Foi então que dei um pulo da cama quando já estava em cima da hora e não tinha pra onde correr, Levantei. Fui tomar banho. Precisava me arrumar bem rápido. Peguei uma das camisas que já estavam separadas e passadas e ficavam no menor quarto do apartamento, como morava sozinho resolvi usar aquele cômodo como guarda-roupa e improvisei um closet, com portas velhas de um móvel que já não se segurava mais em pé.  Comprei parafusos, buchas e dobradiças e fixei na parede. No quarto da bagunça, como se diz em espanhol (bodega). Agora tinha prateleiras e roupas por todos os lados. Me enchi de orgulho pela minha criação.

        Peguei a condução por sinal lotada, me apertei um pouco entre os passageiros e conseguir entrar.  Faltando pouco para as 08:00h, horário que entro no trabalho, desci da van já no ponto final. Não corri, mais andei muito rápido e parecia não ser o bastante, chegaria atrasado com certeza. Porque ainda iria encarar a fila do elevador e pela manhã sempre tem muita gente. Não é raro que ele pare entre os andares, para pânico de todos. Entrei na sala, liguei minha máquina (Computador), comecei a responder os E-mails e as solicitações que ficaram pendentes.
. Quando dei por mim, já eram quase 09:30h, ainda não havia comido nada. Foi quando pedi um lanche. Logo chegou e sai da sala. Subi dois lances de escada, sentei para comer. haviam quatro cadeiras de frente a um consultório dentário. Foi então que percebi, o que talvez não tivesse coragem de encarar. Minha respiração já estava ofegante e não era por conta da escada. Mas por não conseguir mais disfarçar.  Enganei-me durante muito tempo, acreditando que o sucesso seria, ser bem sucedido na carreira. Mesmo tendo lido o livro de Roberto Shinyashiki que o título afirma: “O sucesso é ser Feliz”. Hoje não vejo outra a saída há não ser de suportar até o momento certo. Se é que existe o momento certo. Pois sem planejamento jamais chegarei ao meu objetivo.  Foi assim que sentado de frente para as janelas que davam para a rua, pude observar uma cidade vista de cima, simplesmente silenciosa. No meu peito uma vontade de gritar, de chorar, desespero velado. Acredito que todo o barulho da cidade, do trânsito, das construções, estivesse dentro do meu ser e isso me angustiava. Senti minha mãe ao meu lado, acariciando meu rosto e pedindo que eu tivesse força, que desisti seria sim bem mais fácil, mais deixaria morrer por terra toda uma estrutura de vida, com certeza as consequências dessa decisão poderiam ser desastrosas.
. Quando dei por mim, já eram quase 09:30h, ainda não havia comido nada. Foi quando pedi um lanche. Logo chegou e sai da sala. Subi dois lances de escada, sentei para comer. haviam quatro cadeiras de frente a um consultório dentário. Foi então que percebi, o que talvez não tivesse coragem de encarar. Minha respiração já estava ofegante e não era por conta da escada. Mas por não conseguir mais disfarçar.  Enganei-me durante muito tempo, acreditando que o sucesso seria, ser bem sucedido na carreira. Mesmo tendo lido o livro de Roberto Shinyashiki que o título afirma: “O sucesso é ser Feliz”. Hoje não vejo outra a saída há não ser de suportar até o momento certo. Se é que existe o momento certo. Pois sem planejamento jamais chegarei ao meu objetivo.  Foi assim que sentado de frente para as janelas que davam para a rua, pude observar uma cidade vista de cima, simplesmente silenciosa. No meu peito uma vontade de gritar, de chorar, desespero velado. Acredito que todo o barulho da cidade, do trânsito, das construções, estivesse dentro do meu ser e isso me angustiava. Senti minha mãe ao meu lado, acariciando meu rosto e pedindo que eu tivesse força, que desisti seria sim bem mais fácil, mais deixaria morrer por terra toda uma estrutura de vida, com certeza as consequências dessa decisão poderiam ser desastrosas.
O sanduíche esfriou, o suco esquentou, meus olhos encheram-se de lagrimas, e com certeza o vulcão entrou em erupção. Deixando todo o meu rosto como se eu estivesse no meio de uma chuva muito forte, sem guarda-chuva. Meu peito se desestabilizou e todo o meu corpo tremeu, agora seria um terremoto? Não, foi somente o desabafo de uma alma cansada. Que agora sabia que teria ainda muitos dias assim. Dificultosos de serem vividos, mais que a não fugiria da luta. Basta sonhar, e graças a Deus mesmo com tudo pelo avesso e as condições não estivessem favoráveis eu sonhava muito enquanto criança e como adulto continuava sonhando. Encerro esse texto com uma frase que gosto muito e que durante cinco anos esteve na parede da sala do pequeno apartamento que morei, de aluguel no bairro do Montese: 
Há um Tempo de plantar, outro de colher, sinto que a colheita é boa e que conseguimos sobreviver aos espinhos. Ás tristezas, as perdas e que as grandes alegrias não nos tiraram o equilíbrio para percebermos que tudo é passageiro e o que interessa mesmo é a generosidade. Generosidade com a vida e tudo que ela ainda pode nos dar.” (Maria clara Machado).